Contratar uma empresa especializada para administrar o condomínio tem se tornado uma prática cada dia mais comum. A medida tem como principais atrativos a redução da inadimplência e dos custos de manutenção. Mas, tem reflexos diretos também nas relações entre o síndico e os moradores, muitas vezes tensas quando o assunto é cobrança. Com a profissionalização, o papel do síndico passa a ser de fiscalizador da empresa prestadora de serviço e também de questões internas dos prédios.
Inadimplência
“Desde quando terceirizamos a parte contábil e a empresa passou a emitir os boletos bancários e fazer as cobranças pelo serviço jurídico da administradora, a inadimplência caiu para uns 3%, em média”, explica o administrador do Condomínio Lagoa do Abaeté, no Imbuí, Jameson Santos.
Cobrar os inadimplentes do aglomerado de 120 apartamentos era uma tarefa difícil. “Antes era mais complicado cobrar porque a gente conhece todo mundo e acabava sendo constrangedor para o condômino e para o síndico. Agora isto não existe mais”, conta.
A síndica Luciana Carneiro dos Santos, do Condomínio Paralela Parque, em Canabrava, propôs a contratação de uma administradora há dois anos e não tem dúvida dos benefícios. “Foi a melhor coisa que fizemos. Nossa inadimplência é zero e tenho mais tempo para cuidar da gestão interna do prédio”, afirma. Quanto ao custo, ela também não tem reclamações. “Pagamos R$ 300 à administradora e a taxa de condomínio teve um aumento mínimo, referente à emissão dos boletos bancários”, disse.
Despesas
A gerente comercial da Conexão Condominial, Marly Silveira, também garante que a empresa, que administra 60 condomínios, já conseguiu reduzir de R$ 40 mil para R$ 10 mil as dívidas dos condônimos de um prédio. “Com uma estratégia de cobrança correta e firme, conseguimos aumentar bastante o número de pessoas que preferem pagar a ser acionadas judicialmente”, explica.
Contratar uma gestão especializada pode custar entre 10% e 15% da receita do condomínio, dependo dos serviços. As empresas oferecem desde a contabilidade até pacotes completos, que incluem também pessoal próprio, manutenção e materiais de limpeza .
Proprietário da Agilize Administração de Condomínios, Marcos Eduardo Santos explica que a cobrança é de acordo com a receita do condomínio, mas garante que o custo pode ser compensado com a redução de despesas, como na manutenção, por exemplo. “Com uma ação simples, que incluiu conscientização e manutenção, conseguimos reduzir em 30% o consumo de água de um prédio”, conta.
“Também há ganhos na compra de material de limpeza e em serviços, porque as administradoras têm fornecedores variados e compram volumes que permitem conseguir preços mais em conta”, afirma Santos.
Pergunte ao especialista
Como é calculada a taxa de condomínio?
Taxa de condomínio é o resultado da soma de todos os gastos ordinários, (necessários ao funcionamento, de forma satisfatória, do condomínio), rateado entre o número total de condôminos.
De que forma se constitui o Fundo de Reserva?
Não existe previsão legal para a formação do fundo de reserva, mas ele pode ser aprovado na Convenção do Condomínio. Na maioria dos casos, o valor desse fundo corresponde a 10% do valor da taxa de condomínio.
Como deve ser administrado e em que situações o condomínio pode usar o Fundo de Reserva?
O condomínio deve depositar esse valor em uma conta corrente específica, ou em uma aplicação financeira (normalmente em uma poupança). O fundo pode ser usado em situações emergenciais, como quebra de um elevador, investimento ou para realizar serviços de manutenção, tendo em vista o seu estado de conservação.